Formas e Tamanhos diferentes

31/03/2011 21:01

A maioria dos vulcões terrestres possui a mesma estrutura básica, mas a forma e o tamanho variam de maneira considerável. Esses diferentes tipos de vulcões possuem alguns elementos em comum:

  • uma cratera no cume - a boca do vulcão, onde existe lava
  • uma câmara magmática - onde a lava escorre por debaixo da terra
  • um conduto central - que conduz o magma da câmara até a cratera

O que mais varia na estrutura dos vulcões é o edifício, estrutura que envolve o conduto central. O edifício é construído pelo material vulcânico expelido pelo vulcão em erupção. Conseqüentemente, a composição, a forma e a estrutura são todas determinadas pela natureza do material vulcânico e da erupção. Veja abaixo os três principais formatos de vulcão.

  • Estratovulcões: esses são o tipo mais conhecido e geralmente têm as maiores histórias de destruição causada pelas erupções. Eles são caracterizados por um grande edifício simétrico que se inclina próximo a uma pequena cratera no cume da montanha. São normalmente construídos pelas erupções plinianas que lançam uma grande quantidade de material piroclástico. À medida que a lava, as cinzas e outros materiais são expelidos, o edifício é rapidamente construído ao redor do conduto. Eles raramente entram em erupção (um intervalo de centenas de anos) e, em geral, são formados em zonas de subducção.

 


Foto cortesia da USFWS
Vulcão Kanaga, estratovulcão no Alasca
  • Cones de escórias: esses cones relativamente pequenos são o tipo de vulcão mais comum. Eles são caracterizados por declives acentuados em ambos os lados do edifício que conduzem a uma cratera bem larga no topo. O edifício é composto de cinzas de tefra quase sempre expelidas pelas erupções estrombolianas. Ao contrário dos estratovulcões, os cones de escórias possuem apenas um evento eruptivo.

 


Foto cortesia da USGS
Cratera Sunset, cone de escória no Arizona
  • Vulcões-escudo: esses vulcões largos e pequenos aparecem quando a lava com baixa viscosidade jorra com explosões mínimas, como as erupções havaianas. A lava se dispersa por uma superfície bem ampla, às vezes com quilômetros de diâmetro, construindo um domo na forma de escudo. Próximo ao cume, o edifício fica um pouco íngreme, proporcionando ao vulcão um centro ligeiramente mais elevado. Muitos vulcões-escudo entram em erupção com bastante freqüência (normalmente poucos anos).

 


Foto cortesia da USGS
Mauna Loa, vulcão-escudo no Havaí

A atividade vulcânica pode produzir outras estruturas interessantes como as caldeiras e os domos de lava. As caldeiras, grande crateras em forma de bacias, são formadas quando as erupções drenam a câmara magmática e o edifício vulcânico desaba em um local vazio. Normalmente, a água enche esse espaço, criando lagos arredondados, tais como o Crater Lake no Oregon. Os domos de lava são formados quando a maior parte das vesículas de gás escapam durante a erupção inicial e a lava viscosa reminiscente não faz a pressão necessária para sair, de modo que ela flui muito devagar pelo cume da cratera. Isso cria um domo preso ao topo do vulcão, que pode crescer ao longo do tempo.

 


Foto cortesia da USGS
A caldeira do vulcão Kaguyak no Alasca possui 2,5 km de diâmetro

Há um número muito grande de vulcões na Terra: mais de 500 vulcões no mundo estão ativos, aproximadamente o mesmo número de vulcões estão adormecidos e muitos foram considerados extintos. Essas determinações são muitas vezes baseadas em interpretações subjetivas e padrões um tanto arbitrários. O critério tradicional para a determinação é a data da última erupção. Se esta estiver dentro do período em que as pessoas vêm registrando a história, o vulcão é considerado ativo. Se a última erupção ocorreu antes dos tempos históricos, mas dentro de 10.000 anos, então o vulcão é considerado "adormecido", pois é provável que ele ainda tenha a capacidade de entrar em erupção novamente. Os vulcões que não entram em erupção por mais de 10.000 anos são considerados extintos, pois dificilmente eles entrarão em erupção de novo.

 


Foto cortesia da USGS
Erupção do vulcão Redoubt no Alasca, ocorrida em 1990

Certamente, essa é uma definição imprecisa por um motivo: "tempos históricos" é um conceito muito vago e varia de cultura para cultura. Além disso, diferentes tipos de vulcões entram em erupção a uma freqüência variável. Hoje, os cientistas usam um critério mais lógico, ainda que baseado em uma avaliação subjetiva. Se o vulcão está em erupção ou demonstra atividade na forma de terremotos ou emissões gasosas, ele é considerado ativo. Se o vulcão não demonstra nenhum sinal de atividade, mas entrou em erupção há menos de 10.000 anos e tem potencial para entrar em erupção outra vez, ele é considerado adormecido. Se não entrou em erupção em 10.000 anos ou não há mais produção de magma, o vulcão é considerado extinto.

Dos 500 ou mais vulcões em atividade, cerca de 10 entram em erupção em uma determinada data. Em sua maioria, as erupções são pequenas e bastante contidas, de modo que não oferecem nenhum perigo à vida. De tempos em tempos, entretanto, ocorre uma erupção maior que destrói vidas ou, com maior freqüência, devasta propriedades. Embora não sejam tão catastróficos quanto as erupções que ameaçam vidas, esses eventos destrutivos certamente provocam um grande prejuízo financeiro às vítimas.

Embora seja destrutiva, a atividade vulcânica é um dos processos de construção geológica mais importantes da Terra. Afinal, conforme vimos ao analisar as placas tectônicas, os vulcões estão constantemente reconstruindo o assoalho oceânico. Assim como a maioria das forças naturais, os vulcões possuem uma natureza dual. Eles podem causar uma terrível devastação, mas também são um elemento crucial na contínua regeneração da Terra. Eles, com certeza, são um dos fenômenos mais impressionantes do planeta.